Como resistir ao frescor de uma tela pintada a céu aberto? Ainda hoje os impressionistas nos seduzem com suas regatas, piqueniques e excursões no campo. Graças a eles, um colorido mundo de rapazes em costume de banho e moças de sombrinha conquistou a sala do museu. Mas o impressionismo foi bem mais que uma festa dos sentidos iluminada ao sol. Artistas como Monet, Manet, Degas e Lautrec se destacaram, acima de tudo, como atentos observadores da época. Suas obras nos testemunham o surgimento de grandes avanços tecnológicos (o trem, a luz elétrica, a cultura de massa); e também de novos rituais coletivos, regidos por uma insólita promiscuidade entre os sexos e entre as classes sociais (os bailes, os cafés-concerto, os bordéis). Reinventando a pintura, o impressionismo foi o primeiro gênero artístico a registrar este perturbador fenômeno histórico ao qual chamamos “modernidade”.

Docente: PLINIO FREIRE GOMES

Programa:

10/08: Origens, entre o paisagismo e a pintura de estúdio
Paisagem, gênero primordial do romantismo. Constable, Gaspar David Friedrich, Corot. A “Escola Barbizon” e Millet. / A pintura de estúdio. Dois gênios rivais: Jean Dominique Ingres e Eugéne Delacroix.

17/08: Os disturbadores públicos
Entrando em choque com a pintura acadêmica, os impressionistas causam escândalo. Seu estilo combinava um compromisso radical com a luz ao fascínio pela modernidade. / A reestruturação urbana de Paris. / Manet reinventa a pintura

24/08: O subúrbio conquista a Arcádia
O impressionismo reconfigura a relação entre o homem (em particular, o homem urbano) e o meio natural. A velha Arcádia dos artistas é agora invadida pelo subúrbio e pelos suburbanos. A paisagem, antes símbolo da natureza idealizada, transforma-se em veículo de expressão da modernidade. / Monet, Caillebotte, Seurat.

31/08: Sombras na Belle Époque: a modernidade sob o signo do efêmero e do decadente
Paris, o luminoso palco da Belle Époque, atrai, encanta, seduz. Mas ela abriga uma crescente população de desclassificados; e seus contrastes se tornam cada vez mais ostensivos e constrangedores. A burguesia descobre a moral escandalosamente relaxada das classes trabalhadoras, e se entrega às noitadas de absinto e de cancan. É a era de ouro de Montmartre e seus cabarés. / Degas, Lautrec.

 

Plínio Freire Gomes – mestre em história pela USP. Viveu dez anos em Florença, estudando o Renascimento; e seis anos no Oriente Médio, onde pesquisou arte e cultura islâmica. Atua como conferencista, tendo promovido cursos livres no Masp, Museu de Arte Sacra, Casa do Saber, Fundação Ema Klabin, Museu de Arte Moderna, Centro Universitário Maria Antonia/USP e Instituto da Cultura Árabe. Organiza viagens culturais, com foco em museus, monumentos e ruínas, em países como Itália, Espanha, Marrocos e Irã. Autor de Um herege vai ao paraíso: cosmologia de um ex-colono condenado pela Inquisição (1680-1744) (Cia. das Letras, 1997).

Quando: 10, 17, 24 e 31 de agosto, às 5ªs feiras
Horário: das 19hs às 21h30
Investimento para 4 encontros: R$ 260,00
Aula avulsa: R$ 75,00 (mediante inscrição prévia)

Local: Auditório da Livraria Martins Fontes, Av. Paulista, 509, 2º andar. Metrô Brigadeiro. Estacionamento conveniado: Rua Manoel da Nóbrega, 88 ou 95.

Formas de pagamento:
PagSeguro ou Depósito/transferência bancária: Santander ag. 4779 c/c 01027512-7  HADJULIEN CPF 076555268-00, (comprovante para cursos@lentecultural.com.br)

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